by Vladimir Volegov

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Poema

O QUE É LETRAMENTO?

LETRAMENTO NÃO É UM GANCHO
EM QUE SE PENDURA CADA ENUNCIADO,
NÃO É TREINAMENTO REPETITIVO
DE UMA HABILIDADE,
NEM UM MARTELO
QUEBRANDO BLOCOS DE GRAMÁTICA.


LETRAMENTO É DIVERSÃO
É LEITURA À LUZ DE VELA
OU LÁ FORA, À LUZ DO SOL.


SÃO NOTÍCIAS SOBRE O PRESIDENTE,
O TEMPO, OS ARTISTAS DA TV
E MESMO MONICA E CEBOLINHA NOS JORNAIS DE DOMINGO.


É UMA RECEITA DE BISCOITO,
UMA LISTA DE COMPRAS, RECADOS COLADOS NA GELADEIRA,
UM BILHETE DE AMOR,
TELEGRAMA DE PARABÉNS E CARTAS
DE VELHOS AMIGOS.


É VIAJAR PARA PAÍSES DESCONHECIDOS,
SEM DEIXAR SUA CAMA,
É RIR E CHORAR
COM PERSONAGENS, HERÓIS E GRANDES AMIGOS.


É UM ATLAS DO MUNDO,
SINAIS DE TRÂNSITO, CAÇAS AO TESOURO,
MANUAIS, INSTRUÇÕES, GUIAS,
E ORIENTAÇÕES EM BULAS DE REMÉDIOS,
PARA QUE VOCÊ NÃO FIQUE PERDIDO.


LETRAMENTO É SOBRETUDO,
UM MAPA DO CORAÇÃO DO HOMEM,
UMA MAPA DE QUEM VOCÊ É,
E DE TUDO O QUE VOCÊ PODE SER.


Kate M Chong

A RAPOSA E AS UVAS Intertextualidade - Gêneros Textuais


A RAPOSA E AS UVAS
Esopo

Uma raposa estava com muita fome. Foi quando viu uma parreira cheia de lindos cachos de uva. Imediatamente começou a dar pulos para ver se pegava as uvas. Mas a latada era muito alta e, por mais que pulasse, a raposa não as alcançava. — Estão verdes — disse, com ar de desprezo. E já ia seguindo o seu caminho, quando ouviu um pequeno ruído. Pensando que era uma uva caindo, deu um pulo para abocanhá-la. Era apenas uma folha e a raposa foi-se embora, olhando disfarçadamente para os lados. Precisava ter certeza de que ninguém percebera que queria as uvas.

Moral: Também é assim com as pessoas: quando não podem ter o que desejam, fingem que não o desejam.

(12 fábulas de Esopo. Trad. por Fernanda Lopes de Almeida. São Paulo: Ática, 1994.)



A RAPOSA E AS UVAS

Bocage

Contam que certa raposa,
Andando muito esfaimada,
Viu roxos, maduros cachos
Pendentes de alta latada.


De bom grado os trincaria,
Mas sem lhes poder chegar,
Disse: “Estão verdes, não prestam,
Só os cães os podem tragar!


Eis cai uma parra, quando
Prosseguia seu caminho,
E, crendo que era algum bago,
Volta depressa o focinho.


Bocage






Gêneros Textuais